quarta-feira, 24 de junho de 2015

Talvez

Talvez eu tenha aprendido
O que é o amor com você
Talvez tudo que eu antes havia sentido
Não era o que eu pensei ser

Talvez eu tenha aprendido
O que é companheirismo com você
Talvez tudo que eu tinha tido
Não era o que eu podia merecer

Talvez por isso tudo
Eu tenha te mimado
Talvez porque mudou o meu mundo
Ficou mal acostumado

Talvez por eu ter me iludido
Não pude entender
Talvez por não ter compreendido
Você me fez sofrer

Talvez um dia eu te esqueça
E tento minha vida seguir
Talvez eu tire você da cabeça
Mas meu medo é nunca mais te sentir

(Bruna M. Spinelli - Junho/2015)

Ilustração: Conrad Roset 


sexta-feira, 19 de junho de 2015

Não eram pra você

As palavras de amor
Não eram pra você
Os suspiros, inquietações
Não eram por você

Você não quis ver
Não queria perder
Não podia entender
E não conseguia crer

Os pensamentos diários
Não eram em você
O esforço e a luta
Não eram por você

Mas como saber?
Se ele nem a vê?
Como não se envolver?
Se não sabe que vai doer?

Mesmo assim o sofrimento
Não era pra você
A dor e a raiva
Não eram pra você

Só te resta entender
Que tudo isso só vai te fortalecer
Só te resta agradecer
E na próxima tentar subentender

(Bruna M. Spinelli - Junho/2015)


Ilustração: Marco Piunti


sexta-feira, 12 de junho de 2015

Heart to Mouth


Lovefest: Heart to Mouth. Sheath your arrows: the voluptuous red heart, international symbol of love, is reimagined in this new short by genre-defying Dutch artist Bart Hess

Sobre o vídeo: https://www.nowness.com/story/lovefest-heart-to-mouth

domingo, 7 de junho de 2015

Ele é assim

Ele é assim
Bicho solto
Bicho perdido
Vagando pelo mundo
Colecionando relações vazias
Vazias porque ele não se prende a nada

Fugindo de si mesmo
Procurando algo que nem sabe o que é
Não sabe o que quer encontrar
Mas segue procurando

Ele não se aprofunda
Ele não se envolve
Ele não acredita
Tem um modo diferente de pensar
Pessimista e otimista ao mesmo tempo

Por isso quem passa em seu caminho se confude
E se perde na sua própria confusão
Ele não sabe pra onde vai
Ele não vê futuro
No seu existencialismo inexistente

Ele é assim
Não tente mudá-lo
Vai te trazer dor
Ele é assim
Até encontrar
Um novo amor
(Bruna M. Spinelli - Junho/2015)

Ilustração: Sofia Rondelli

terça-feira, 2 de junho de 2015

Formatando Sentimentos

Quem nunca pensou: Que bom seria se pudéssemos formatar sentimentos, assim como em um computador com problema? Você faz o processo e pronto, tudo foi deletado.

O problema é que até as máquinas têm uma segunda chance.E nem sempre a formatação ocorre dessa maneira. Na minha visão é do mesmo jeito que acontece conosco. Não é tão simples. E eu mais uma vez traçando um paralelo com o mundo dos computadores, tentando achar na lógica algum entendimento emocional.

Há dois tipos de formatação de computadores: a física e a lógica. A física só pode ser feita uma vez, não pode ser desfeita ou refeita através de softwares. Porém, para que este disco rígido possa ser reconhecido e utilizado pelo sistema operacional, é necessária uma nova formatação, chamada de formatação lógica. Ao contrário da formatação física, a formatação lógica não altera a estrutura física do disco rígido, e pode ser desfeita e refeita quantas vezes for preciso.

Vamos supor que nosso disco rígido seja nosso coração, e a formatação física, seja como uma operação de troca de coração. O sistema operacional seria nossa racionalidade. Quando temos sentimentos, coração partido, frustrações, o que queremos de imediato é uma formatação lógica.
Algo que um simples comando do DOS possa resolver e aliviar o peso. E depois tudo volta ao seu lugar. O sistema operacional volta a ter acesso ao disco rígido. 

Quando estamos diante de um fator emocional, uma paixão, uma perda, uma frustração forte, nosso sistema operacional pode apresentar falhas, travamentos, instabilidade ou até mesmo o corrompimento dele. Por isso uma formatação lógica seria útil, pois ela apaga todas as informações do disco rígido e inclusive o sistema operacional. De certa forma, já fazemos isso, tentamos nos afastar e superar. Mas sempre fazemos o backup. Impossível não fazer o backup. Tudo bem, você conseguiu não fazer o backup. Mas saiba que mesmo os dados do disco rígido sendo formatados, eles não vão embora definitivamente, sendo possível recuperar alguns dados de softwares especias. Os softwares especiais ainda ficam em nossa memória. Mas podem ser desativados para melhor qualidade de vida. 

O processo de formatação é longo. Mas assim que feito, você pode seguir para uma vida nova, mesmo sabendo que durante o caminho você tenha novos bugs e precise formatar mais sentimentos. (Bruna M. Spinelli - Junho/2015)

Imagem: Proluvart