segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Alguéns

Depois de tanto não querer ninguém
Conheci alguém
Ou melhor, alguéns

Seria ótima ideia de não envolvimento
Curtir alguéns
Com o tempo, meus múltiplos alguéns
Tornaram-se dois 

Meus alguéns preferidos
Como escolher entre os
meus amores mais queridos?
Como fazê-los entender
sem ficarem feridos?

Cada um com suas qualidades
Que me encantam
Me divertem
Me fazem feliz

Será isso o tal do poliamor?

Ou apenas mais um gerador de dor?

Bruna M. Spinelli (Outubro - 2015)

Ilustração : Jaw Cooper

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Escolha

O que posso fazer
se o que sinto por você
não consigo esconder?
Se tudo que fiz
foi pra você não me esquecer?
Se minha prioridade sempre
foi o nosso prazer?
Agora apenas lamento
você não me escolher.

Bruna M. Spinelli (Agosto - 2015)



Ilustração: Chiara Bautista

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Passou

Foi alegre e divertido
Mas passou
Foi triste e sofrido
Mas passou

Erramos e acertamos
Mas passou
Crescemos e superamos
Mas passou

Não se arrependa 
Já passou
Não se repreenda
Já passou

A raiva e a dor
Já passou
A esperança e o amor
Já passou

No final sabemos
No final entendemos
Que tudo que passou
Só sente quem já amou.

Bruna M. Spinelli (Julho - 2015)




Ilustração: Júlio Vieira 

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Vai

Vai
Abre a janela
Olhe o mundo
Você merece mais
Você ainda não conhece tudo

Vai
Saia da bolha
Livre-se do medo
Olhe para frente e
Mude seu enredo

Vai
Nunca é tarde
Para se abrir
Tente de novo
Para poder se descobrir

Não se culpe
Não se leve tão a sério
Não se julgue
Apenas levante a cabeça e vai.

Bruna M. Spinelli (Julho - 2015)



Ilustração: Ana Sinnett

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Música: Gronlandic Edit - Of Montreal

Gronlandic Edit - Of Montreal (tradução)

Os surrealistas eram apenas
Niilistas com boa imaginação

Estou satisfeito me escondendo no apartamento do nosso amigo
saindo apenas uma vez por dia para comprar alguns mantimentos
Luz do dia, eu estou tão distraído
À noite conhecendo novas ansiedades
Então, eu estou apagando a mim mesmo?
Espero que eu não esteja me apagando

Eu acho que seria bom para dar o meu coração a um Deus
Mas qual deles eu escolho?
Todas as igrejas se enchem de perdedores, loucos ou confusos
Eu só quero segurar o divino em mim
E esquecer toda a beleza do desperdício

Vamos cair de volta para a terra e fazer algo agradável
Nós caímos de volta à terra como cadelas da gravidade
(Física faz-nos todas as suas cadelas)

Eu acho que seria bom ajudar na sua fuga
Dos padrões que seus pais criaram
Todas as pessoas da festa dançando para a estrela indie
Mas ele é o pior fingidor pelo visto
Mas no conjunto, eu esqueço toda a beleza do desperdício

Eu acho que poderia ser bom
Me mostre que as coisas podem ser boas
Eu acho que poderia ser bom
Me mostre que as coisas podem ser boas

Você tem a minha cobertura na cidade
Você tem a minha cobertura, porque eu não quero pânico
Você tem a minha cobertura na cidade
Você tem a minha cobertura, porque eu não quero pânico

Fonte: http://letras.mus.br/of-montreal/919727/traducao.html


terça-feira, 14 de julho de 2015

Frases



“Dois amantes felizes não têm fim nem morte, nascem e morrem tanta vez enquanto vivem, são eternos como é a natureza.”

Pablo Neruda
Ilustração: Shannon Toth

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Frases



"Complicado é descomplicar a vida 
quando se está apaixonado".

Bruna M. Spinelli
Ilustração: Aykut Aydoğdu


terça-feira, 7 de julho de 2015

Difícil

Difícil é fácil dizer
É mais fácil ainda se conformar e se acomodar
com o que parece difícil

Difícil mesmo é superar
o que achamos ser nada fácil

A dificuldade de enxergar o fácil
é a mesma de querer sair da
situação difícil

Nada é difícil se pensarmos que será fácil!


Bruna M. Spinelli (Outubro - 2008)


Ilustração: André Batista

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Talvez

Talvez eu tenha aprendido
O que é o amor com você
Talvez tudo que eu antes havia sentido
Não era o que eu pensei ser

Talvez eu tenha aprendido
O que é companheirismo com você
Talvez tudo que eu tinha tido
Não era o que eu podia merecer

Talvez por isso tudo
Eu tenha te mimado
Talvez porque mudou o meu mundo
Ficou mal acostumado

Talvez por eu ter me iludido
Não pude entender
Talvez por não ter compreendido
Você me fez sofrer

Talvez um dia eu te esqueça
E tento minha vida seguir
Talvez eu tire você da cabeça
Mas meu medo é nunca mais te sentir

(Bruna M. Spinelli - Junho/2015)

Ilustração: Conrad Roset 


sexta-feira, 19 de junho de 2015

Não eram pra você

As palavras de amor
Não eram pra você
Os suspiros, inquietações
Não eram por você

Você não quis ver
Não queria perder
Não podia entender
E não conseguia crer

Os pensamentos diários
Não eram em você
O esforço e a luta
Não eram por você

Mas como saber?
Se ele nem a vê?
Como não se envolver?
Se não sabe que vai doer?

Mesmo assim o sofrimento
Não era pra você
A dor e a raiva
Não eram pra você

Só te resta entender
Que tudo isso só vai te fortalecer
Só te resta agradecer
E na próxima tentar subentender

(Bruna M. Spinelli - Junho/2015)


Ilustração: Marco Piunti


sexta-feira, 12 de junho de 2015

Heart to Mouth


Lovefest: Heart to Mouth. Sheath your arrows: the voluptuous red heart, international symbol of love, is reimagined in this new short by genre-defying Dutch artist Bart Hess

Sobre o vídeo: https://www.nowness.com/story/lovefest-heart-to-mouth

domingo, 7 de junho de 2015

Ele é assim

Ele é assim
Bicho solto
Bicho perdido
Vagando pelo mundo
Colecionando relações vazias
Vazias porque ele não se prende a nada

Fugindo de si mesmo
Procurando algo que nem sabe o que é
Não sabe o que quer encontrar
Mas segue procurando

Ele não se aprofunda
Ele não se envolve
Ele não acredita
Tem um modo diferente de pensar
Pessimista e otimista ao mesmo tempo

Por isso quem passa em seu caminho se confude
E se perde na sua própria confusão
Ele não sabe pra onde vai
Ele não vê futuro
No seu existencialismo inexistente

Ele é assim
Não tente mudá-lo
Vai te trazer dor
Ele é assim
Até encontrar
Um novo amor
(Bruna M. Spinelli - Junho/2015)

Ilustração: Sofia Rondelli

terça-feira, 2 de junho de 2015

Formatando Sentimentos

Quem nunca pensou: Que bom seria se pudéssemos formatar sentimentos, assim como em um computador com problema? Você faz o processo e pronto, tudo foi deletado.

O problema é que até as máquinas têm uma segunda chance.E nem sempre a formatação ocorre dessa maneira. Na minha visão é do mesmo jeito que acontece conosco. Não é tão simples. E eu mais uma vez traçando um paralelo com o mundo dos computadores, tentando achar na lógica algum entendimento emocional.

Há dois tipos de formatação de computadores: a física e a lógica. A física só pode ser feita uma vez, não pode ser desfeita ou refeita através de softwares. Porém, para que este disco rígido possa ser reconhecido e utilizado pelo sistema operacional, é necessária uma nova formatação, chamada de formatação lógica. Ao contrário da formatação física, a formatação lógica não altera a estrutura física do disco rígido, e pode ser desfeita e refeita quantas vezes for preciso.

Vamos supor que nosso disco rígido seja nosso coração, e a formatação física, seja como uma operação de troca de coração. O sistema operacional seria nossa racionalidade. Quando temos sentimentos, coração partido, frustrações, o que queremos de imediato é uma formatação lógica.
Algo que um simples comando do DOS possa resolver e aliviar o peso. E depois tudo volta ao seu lugar. O sistema operacional volta a ter acesso ao disco rígido. 

Quando estamos diante de um fator emocional, uma paixão, uma perda, uma frustração forte, nosso sistema operacional pode apresentar falhas, travamentos, instabilidade ou até mesmo o corrompimento dele. Por isso uma formatação lógica seria útil, pois ela apaga todas as informações do disco rígido e inclusive o sistema operacional. De certa forma, já fazemos isso, tentamos nos afastar e superar. Mas sempre fazemos o backup. Impossível não fazer o backup. Tudo bem, você conseguiu não fazer o backup. Mas saiba que mesmo os dados do disco rígido sendo formatados, eles não vão embora definitivamente, sendo possível recuperar alguns dados de softwares especias. Os softwares especiais ainda ficam em nossa memória. Mas podem ser desativados para melhor qualidade de vida. 

O processo de formatação é longo. Mas assim que feito, você pode seguir para uma vida nova, mesmo sabendo que durante o caminho você tenha novos bugs e precise formatar mais sentimentos. (Bruna M. Spinelli - Junho/2015)

Imagem: Proluvart

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Amores Binários

Nos amores binários
É tudo ou nada
A lógica é booleana

É sim
Ou é não
É verdadeiro
Ou é falso

Não existe meio termo
Não existe dúvida
Não tem complicação
É simples

Nos amores binários
Os opostos se atraem
Não é necessário decodificá-los
São de base dois
Formando apenas um

(Bruna M. Spinelli - Maio/2015)

Ilustração: Alberto Arni

sábado, 23 de maio de 2015

Suas Ondas

Viajo em suas ondas que me acalmam
Que me envolvem
Posso ficar horas, dias, anos
Ou por que não a eternidade nelas?

O perfume de suas ondas
Se encaracolam nos meus dedos
Até eu te respirar
Por inteiro

Bob Dylan moderno
Inspirando poemas
Enrolando ideias
Cacheando sentimentos

Em suas ondas encontro a paz
Em suas ondas me desligo
E ao mesmo tempo me conecto
Em suas ondas eu me perco
Sem querer me achar

(Bruna M. Spinelli - Maio/2015)

Ilustração: Petra Börner

terça-feira, 19 de maio de 2015

Fácil

Nunca fui pelo caminho mais fácil
Não por escolha mas foi natural
O fácil não me atrai
Mesmo porque nem sempre o fácil é verdadeiro

Prefiro o verdadeiro
O imperfeito
O desafio
O diferente de mim
O questionamento

Prefiro falhar mas tentar
Cair mas levantar
Sofrer mas amar
Lutar mas viver

Prefiro criar vínculos
Ser intensa
Me aprofundar
Avançar mesmo com medo
O superficial não me cai bem

(Bruna M. Spinelli - Maio 2015)


Ilustração: Michelle Masters

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Frágil

A fragilidade da vida ainda nos surpreende
Ainda pensamos e sentimos que estamos no controle
Que podemos projetar ou prever
Baseados em fatos científicos
Hábitos, ciclos, vivências e julgamentos

Mas o maior inimigo da vida é o acaso
O inesperado
O fator surpresa
O que nos impotencializa
O que nos mantém no chão
E nos fragiliza

Sábios são aqueles que conhecem a fragilidade
Que não tentam controlar o incontrolável
Que não subestimam o acaso
Que valorizam o que realmente os importa
Não vivem na certeza de nada
E sabem dizer adeus.

(Bruna M. Spinelli - Maio 2015)

ilustração: Katerina Murysina

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Valsa dos algoritmos

Solidão e preguiça
Tecnologia e praticidade
Foto e clique
Teclas e conversas
Unidos pelos algoritmos

Quase perfeito
Mas quem são esses algoritmos?
Que sabem mais sobre nós
Do que nós mesmos?
Pelo menos eles usam a lógica

Preenchimento e dor
Sequência lógica
A valsa dos algoritmos
Comunicação ágil
O encontro toma forma

Sem algoritmos agora
Apenas vida humana
Sem nenhuma lógica
Estragando tudo
Mas do mesmo jeito que os algoritmos
A sequência é finita

(Bruna M. Spinelli - Maio 2015)


ilustração: Lyndsey Vu

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Espera

Espera

Durante a espera os olhares não se cruzam
Durante a espera os minutos viram anos
Durante a espera os pensamentos se atropelam
As situações criam vida em nossa mente
A ponto de nos desconectarmos da realidade

E por que esperar?
A esperança ainda não desistiu de nós
Ou pelo menos de mim
Os sentimentos ainda querem respostas
Respostas certas
Respostas verdadeiras
Aquelas que não são dadas com palavras

Então espera
Esse tipo de resposta vem com o tempo
Se segura e tenha paciência
O tempo exige espera 
Então vem logo
O fim pode esperar

(Bruna M. Spinelli - Maio/2015)

ilustração: Estela Cuadro